O que é Design Visual?
O que é design visual?
Hoje em dia o Design Visual é aplicado a tudo, ele está presente em todas as coisas ao nosso redor e a maioria das pessoas não sabem o que ele é. Você já se perguntou o que é design? Ou o que é design visual? Se tentássemos traduzir para a nossa língua, a palavra mais próxima de Design é “Projeto” ou “Projetar”. O Design é uma atividade diretamente ligada a solução de problemas, planejamento, criação e desenvolvimento de produtos e serviços, assim como todo projeto, ele precisa ter um objetivo. Com ele em mente, podemos criar uma forma de resolve-lo, saindo do pensamento que causa o problema e possuindo uma visão macro sobre o assunto, resultando em ideias criativas e inovadoras.
Então o design é ter uma visão macro, é ligar pontos, conectar informações multidisciplinares para resultar em soluções criativas e inovadoras. Afinal, criatividade é repertório, quanto maior o seu repertório, mais criativo você se torna. Já parou para pensar que é impossível criar algo que você não conhece? Precisamos desmistificar a criatividade, porque todos somos criativos. O que nos diferencia é o quanto de limites e ideias limitantes que a sociedade moldou o seu repertório de vida ao longo do tempo ou o quanto você se permitiu a ser moldado. Partindo daí podemos sempre melhorar e aprender coisas novas, remover os bloqueios, entender os limites e escolher o que queremos como repertório de vida. Viver é a arte de escolher.
DESIGN NÃO É ARTE !
Muitos confundem Arte com Design, um exemplo disso é quando você deseja fazer o material impresso em uma gráfica e eles pedem a “arte final”. Ok, ne? Se eles falam assim temos que nos comunicar, não é mesmo? Design e arte são completamente diferentes, por mais que o Design possua uma parte artística, ele não pode ser chamado de arte.
O Design visa projetar algo industrialmente para o mercado ou para a solução de um problema, já a arte é produzida de forma exclusiva e possui o objetivo de comunicar uma ideia dentro de um contexto histórico ou até mesmo não ter conceito literal algum, ela pode ser apenas a expressão de sentimentos, cores e texturas.
Não estou querendo dizer que um é mais importante do que o outro, inclusive eu sou um amante de arte, mas quando estamos falando de negócios, a empresa não precisa de uma arte como logo, ela precisa de um projeto de identidade visual. Um ótimo exemplo disso é o seguinte:
Imagina um desenho muito detalhado, lindo artístico e com um conceito filosófico complexo a qual possui uma comunicação não tão boa ou fácil de entender.
Se utilizarmos essa arte como marca, já começamos errado porque já estamos nos comunicando de forma errada com o público, que nesse caso nem sabemos qual é. Somente pelo fato de ser confuso já prejudica a comunicação, é preciso ser clara a proposta central, se terá entrelinhas que não precisam ser entendidas, tudo bem, mas a ideia central deve ser compreendida para o público alvo da empresa. Um exemplo é o “DA” do símbolo da minha marca pessoal, ninguém precisa entender que esse “DA” é a junção de todas as letras do meu nome David Ataualpa, mas quando descobrem costumam se surpreender um pouco, porque parece algo simples e trivial, apenas contendo as inicias do nome como a maioria faz, mas na verdade não é. Acredite, foi um projeto complicado e desafiador, por sinal.
Um outro problema seria a aplicação dessa arte quando for redimensionada, você certamente não irá compreender o desenho, porque ele ficará confuso. O excesso de informação dificulta o rápido entendimento e a memorização do símbolo. Inclusive, algumas marcas não precisam de um símbolo, somente a tipografia estilizada é o suficiente. Tudo depende da proposta, do objetivo da marca, da forma como ela deseja se posicionar e comunicar. Um ótimo exemplo da aplicação de artes é em campanhas publicitárias, pode ser um ótimo casamento, uma imagem vale mais do que mil palavras, mas lembre-se que o público precisa compreende-la.
DESIGN NÃO É DESENHO, NÃO É DECORAÇÃO !
O design não é um desenho, não é decoração, não é escolher a cor certa, design vai muito além. Por exemplo, um projeto de design de interiores, deve se preocupar com a ergonomia, temperatura do ambiente, circulação do ar e funcionalidade dos moveis, além da estética e gosto das pessoas que irão habitar o ambiente. Já o projeto de design visual de uma empresa precisa se preocupar com diversos detalhes de um negócio, não com o gosto pessoal do dono da empresa, ele deve agradar quem irá usar a marca, quem é o público alvo, que são os clientes dessa empresa. Outras questões importantes são: funcionalidade, legibilidade, ergonomia visual, aplicabilidade plana ou tridimensional, semiótica, gestalt, marketing, branding e a otimização, porque no final das contas “menos é mais”.
O DESIGNER QUE SÓ EXECUTA
Se o dono da empresa quer um designer que só executa, ele terá problemas. Para um pouco e pense, você acha que entende sobre Design, Proporção, Cores, Semiótica, Comunicação Visual, Marketing, Ergonomia Visual, Gestalt, Legibilidade, Branding, etc? Se você está contratando um profissional, você deve deixa-lo fazer o seu trabalho. Porque caso contrário, quem está criando não é o designer, e isso pode resultar em um Frankenstein, convenhamos que não é o que queremos.
O designer “só executa”, na verdade, não é um designer. Ele não irá ajudar nenhuma empresa, ele é operador de software, profissional em Photoshop ou como preferir chamar. Se ele não resolve um problema, não projeta e não cria, não é um Designer. É fácil identifica-los.
DESIGN É UM INVESTIMENTO, NÃO É UM CUSTO !
O design é um investimento, ele visa trazer retorno junto com o marketing, não existe marketing sem design, e não deveria existir design sem marketing, porque é através do marketing que pensamos na estratégia de como gerar valor para o cliente, quem é o cliente, como é esse público alvo, quem é o concorrente, como está o mercado, a economia, a política, propaganda, os temas polêmicos, etc..
Assim como não existe branding sem design, não deveria existir design de uma empresa sem o branding, porque é uma comunicação sem planejamento e estrutura, sem foco e sem objetivo e posicionamento adequado.
Com isso, surgiu o Design Estratégico, que parece ser apenas um nome comercial novo, mas na verdade é uma proposta que considero ideal e que faz completo sentido na hora de construir um negócio novo nesse nosso mundo volátil.
O QUE É DESIGN ESTRATÉGICO ?
O Design estratégico é uma metodologia de design relacionada a construção de estratégias de uma empresa. Com isso, ele fundamenta as estratégias do negócio em princípios e métodos de Design, permitindo a sustentabilidade e inovação da empresa, unindo diversas áreas do design como Design gráfico, web, interfaces, produtos, motion, editorial, interiores, som, etc.
O QUE É ESSE TAL DE DESIGN DE NEGÓCIOS?
Design de Negócios para mim, é a melhor maneira de representar o que significa design de verdade direcionado a negócios. É bastante similar ao Design Estratégico. Mas considero que o Design de Negócios deve possuir uma visão mais abrangente sobre negócios, a qual concluí que Design, Marketing e Branding devem trabalhar em conjunto para construir marcas sustentáveis e inovadoras.
É usar a forma de pensar do design (Design Thinking), que é conectar pontos, agregar conhecimentos multidisciplinares, para resolver problemas de forma criativa e inovadora. Basicamente, Design de Negócios é usar a mentalidade criativa (raciocínio abdutivo) do Designer para prover inovação no mundo dos Negócios. Recomendo a leitura do livro ”Design de Negócios – Roger Martin”, caso queira se aprofundar nesse conceito importantíssimo para os negócios atuais e do futuro.
DESIGN NÃO É PRA MIM É PRA NÓS!
É muito importante entender que o design não é para agradar o dono do negócio ou o próprio gosto do designer. Ele deve atingir o público alvo que a empresa deseja, que são os seus clientes ou futuro clientes. Assim que entendemos isso, percebemos que design é uma forma de comunicação e faz parte do marketing. É importante lembrar é que o Design tem um papel intangível e inconsciente, portanto é muito mais difícil fazer uma pesquisa de aprovação de identidade visual, porque a maioria não entende de design, a notícia positiva é que as pessoas percebem em segundos quando um design está “feio” ou mal aplicado, desalinhado, com cores que não combinam, etc.
Outro motivo é o fato de que as pessoas dizem uma coisa, mas fazem outra. Ela pode dizer que jamais irá comprar um produto vermelho, mas quando chega na hora o cliente compra. Por isso, o Neuromarketing está ganhando tanta repercussão hoje em dia, basicamente é um método científico de pesquisar estímulos cerebrais, através de Eletroencefalografia, eye tracking, pupilometria, eletrocardiografia, tempo de reação, salivação, eletromiografia facial, sudorese e economia comportamental.
Com isso o objetivo é perceber que parte do cérebro está sendo estimulada e qual é a real sensação que o consumidor está experienciando, como por exemplo, quando alguém está assistindo uma propaganda. Isso também pode ser aplicado a experiência dentro de uma loja, e com a evolução da tecnologia essa medição poderá ser feita sem nenhum aparelho encostando no cliente. Apenas ao entrar na loja a pessoa poderá ser “escaneada”, analisando sua expressão facial, comportamental, respiração, batimento cardíaco, para onde está olhando, tempo que está olhando e outras coisas que nem imaginamos. Obtendo um feedback muito mais exato do que apenas perguntando algo que nem a pessoa sabe responder. Inclusive já estão desenvolvendo isso, a tecnologia unida a ciência é simplesmente incrível.
O DESIGN VISUAL TAMBÉM É INTANGÍVEL
Quando falamos de Design Visual, estamos nos referindo a uma forma de comunicação, e por ser visual, ela atua diretamente no subconsciente das pessoas. Sabendo que a nossa mente é 95% subconsciente e 5% consciente, percebemos o poder intangível que o design tem no papel de comunicação e no resultado decisão de compra do cliente.
CONCLUSÃO
Com isso, podemos concluir que o Design Visual da empresa não é apenas o logotipo, e sim, toda a Identidade Visual, que basicamente, é todo o entorno da aplicação da marca e todo o restante da comunicação visual, como: Papelaria, Embalagens, Produtos, Impressos, Site, E-mail, Mídias Digitais, Vídeos, Propagandas, Etc. Aproveitando o raciocínio, a marca também não é apenas o logo, e sim, toda a soma de experiências tangíveis e intangíveis que a empresa proporciona para os seus clientes. Mas isso, conversamos no outro post Conheça o ativo mais valoso de uma empresa.
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