Raciocínio abdutivo, indutivo e dedutivo

por | 10 janeiro 2022

Entenda como funciona o raciocínio abdutivo, raciocínio indutivo e o raciocínio dedutivo. Pois a criatividade vem da maneira de pensar e não do acaso misterioso.

O objetivo desse post é apresentar uma escrita a qual qualquer pessoa consiga compreender, embora seja um assunto complicado, evitarei usar os termos técnicos ou científicos. Procurei resumi de forma prática e objetiva, os 3 modos de raciocinar e de produzir conhecimentos. Eles são o raciocínio Dedutivo (Deduz), Indutivo (Induz) e Abdutivo (Abduz).

Antes de começar esse post, acho interessante lembrar a diferença entre raciocínio e pensamento, porque eles são dois processos diferentes. Pensar engloba toda a produção de pensamento que pode ser consciente ou inconsciente.

Já o raciocínio é limitado apenas à produção de pensamento consciente, como por exemplo, a utilização da lógica. Já o pensamento nem sempre é lógico e nem sempre é consciente. Caso não tenha entendido muito bem, recomendo que leia meu outro post explicando melhor essa diferença.

 

Raciocínio Dedutivo

O raciocínio dedutivo é o mais importante, porque é a única lógica que alcança a verdade. Entretanto, no mundo nem tudo pode ser deduzido ou considerado verdade absoluta, quando falamos da complexidade humana, da natureza, dos sentimentos, do psicológico, da mente, do social, da cultura, da arte, etc..

A dedução está relacionada ao pensamento analítico, também conhecido como pensamento convergente. Que é o pensamento que busca analisar várias informações em busca de convergir em direção a um único resultado. Do geral para o específico.

Este raciocínio está relacionado ao viés da confiabilidade, porque acredita na estabilidade futura e acredita que podemos prevê o futuro com base no passado.

É muito importante notar que o raciocínio dedutivo está relacionado a concluir algo a partir de informações que já existem, portanto a dedução não produz conhecimentos novos.

 

Raciocínio Indutivo

O raciocínio indutivo é o processo inverso do dedutivo, parte do específico para o geral, embora também não produza novos conhecimentos, a indução procura induzir o conhecimento já existente à uma validação através de uma experimentação.

Está relacionado ao método empírico que significa obter conhecimento através dos 5 sentidos, que é a experimentação e a observação, que tem como resultado uma possibilidade de ser verdade.

A indução está relacionada ao pensamento sintético, também conhecido como pensamento divergente, por ser um pensamento que vai do específico para o geral. Ele também está relacionado ao pensamento intuitivo, que tenta prevê o futuro com base em suas experiências, por isso não produz conhecimentos novos. Este raciocínio está relacionado ao viés da validez, porque sempre busca validar informações que já possui.

 

Raciocínio Abdutivo

Já o raciocínio abdutivo atua entre os dois extremos anteriores, o que sempre busca 100% de confiabilidade e o que busca 100% de validez. Este meio termo se trata pela utilização de características de ambos, para concluir a melhor explicação de algo.

Vale notar que melhor explicação é diferente de maior probabilidade, a abdução possui caráter explicativo e intuitivo, procura concluir a melhor explicação, também utilizando o seu conhecimento de fundo (repertório de conhecimento) e não a melhor probabilidade matemática.

O raciocínio abdutivo é ampliativo, ele busca a validez assim como a indução e busca a melhor explicação possível assim como a dedução busca a verdade. O interessante é que a Abdução é o único raciocínio que produz a criatividade e a inovação, por ser a única lógica que introduz uma nova ideia.

Ao entender a Falácia indutiva, que consiste em concluir a validez da confiabilidade, percebemos que não é possível prevê o futuro apenas olhando para o passado, sem ter como validar o futuro até que ele chegue.

Logo, a abdução busca a validez, ao contrário de quem busca a confiabilidade, trata os sucessos do passado como hipóteses a serem cuidadosamente testadas antes de usá-las para gerar previsões que se esperam ser válidas.

Com isso, o raciocínio abdutivo não resulta em verdades absolutas que são inquestionáveis, muito pelo contrário, busca novas ideias e conhecimentos que possam validar algo. Ele não prova que algo é de algum jeito, apenas diz que é mais provável que seja e busca a melhor explicação para isso.

Ele também é o único que projeta futuro, sem se prender ao passado, é o único procedimento racional de aquisição de conhecimento enquanto o indutivo e o dedutivo servem para verificar ou comprovar a verdade de um conhecimento já adquirido.

 

CONCLUSÃO

Então, concluímos que o raciocínio abdutivo é um processo constante de aperfeiçoamento contínuo que busca balancear esses dois lados e tem como objetivo mostrar a melhor explicação de algo.

É o tipo de raciocínio e pensamento que, além dos designers, todos deveriam adotar com mais frequência e com consciência, tendo em mente que nem tudo podemos provar.

O exemplo dos feijões dado por Charles Sanders Peirce, ajuda a compreender melhor essa questão:

1 – Todos os feijões daquela saca são brancos. Esses feijões são daquela saca. Logo, esses feijões são brancos (dedução).

2 – Esses feijões são daquela saca. Esses feijões são brancos. Logo, todos os feijões daquela saca são brancos (indução).

3 – Todos os feijões daquela saca são brancos. Esses feijões são brancos. Logo, esses feijões são daquela saca (abdução).

 

EXEMPLOS PRÁTICOS NO DIA A DIA

O interessante é que todos nós utilizamos o raciocínio abdutivo no nosso dia a dia. Para ilustrar melhor, vou dar alguns exemplos, logo abaixo: 

David Alpa pegadas

Quando você vê algumas pegadas normais de uma pessoa na areia da praia, a sua melhor conclusão é que essas pegadas são de uma pessoa normal andando sobre a areia e não de duas pessoas abraçadas cada uma pisando com apenas um pé.

Essa conclusão é uma abdução e não uma dedução, porque torna inviável a comprovação e estudo detalhado para chegar a uma conclusão, então nós utilizamos a que é mais provável.

Entendeu? Eu sei que sim, mas vou te dar mais dois exemplos de abdução que usamos no nosso dia a dia.

 

SEGUNDO EXEMPLO

David Alpa telhado-molhado

Quando você olha para o telhado da casa do seu vizinho, com um campo de visão limitado apenas a uma pequena parte do telhado, e percebe que o telhado está molhado, e com isso, conclui que ontem à noite choveu.

Você está usando a abdução para chegar a melhor explicação desse fato, mas alguém poderia ter molhado o telhado do seu vizinho.

 

TERCEIRO EXEMPLO

David Alpa louça-suja-pia

Outro exemplo é você, de manhã ao acordar e ir para a cozinha, se depara com uma louça suja na pia, você conclui que algum habitante da casa fez um lanche de madrugada. Mas poderia ter sido um ladrão que ao roubar a sua casa aproveitou para fazer um lanche.

Por mais que essa não seja uma explicação plausível ela é possível. Mas sem dúvidas a melhor explicação é a abdução feita anteriormente.

Bom, espero que tenha ajudado a compreender melhor sobre o Raciocínio Abdutivo. Adoraria saber o que você achou deste artigo. Não esqueça de deixar o seu comentário abaixo 🙂

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